Aromaterapia para animais
Hoje em dia é muito comum que as pessoas recorram a
tratamentos mais naturais quando precisam tratar de seus bichinhos,
principalmente quando o problema é de fundo emocional. Tive a iniciativa de
pesquisar sobre esse assunto por causa do meu cãozinho. Ele sofre da Síndrome
do intestino irritável (SII), uma síndrome que causa crises fortíssimas de
cólica, flatulência, febre e diarréia e tem como “gatilho” o estado emocional.
Ou seja, qualquer acontecimento fora da rotina (fogos de artifício, visitas em
casa, viagens, etc.) é o suficiente para desencadear uma crise. A alimentação
incorreta, com excesso de gorduras, também pode desencadear as crises. Então,
comecei a pesquisar que óleo essencial poderia utilizar para a SII e achei
vários artigos interessantes sobre o uso da aromaterapia em animais. Fiz um
apanhado e compartilhei aqui, para que essas dicas possam ajudar a melhorar a
qualidade de vida dos nossos bichinhos de estimação.
A aromaterapia utiliza-se basicamente de dois dos nossos
sentidos: o olfato (inalação) e o tato (massagem). Veremos cada um com mais
detalhes a seguir. Antes de aplicar a aromaterapia em animais, é importante
entender as diferenças desses sentidos entre nós humanos e os animais, evitando
assim o uso exagerado de óleos essenciais, o que poderia prejudicar os
bichinhos.
O Olfato
Dos nossos 5 sentidos, o olfato era, até pouco tempo atrás,
o menos pesquisado. Somente há cerca de quinze anos foi estudado mais
profundamente por Heinz Breer, neurofisiólogo alemão, da Universidade de
Stuttgart-Hohenheim. Breer foi o responsável por um importante estudo: ele
pesquisou como os estímulos químicos que chegam ao nariz são transformados em
sinais elétricos que o cérebro capta para transformar em sensação. Por esta
pesquisa, Breer recebeu o Prêmio Leibniz da Sociedade Alemã de Pesquisa (DFG).
Os cães possuem muito mais células olfativas que os humanos
Em relação a outros mamíferos, o olfato humano é menos
desenvolvido. O olfato é considerado o
1º dos cinco sentidos dos animais. Os mamíferos dispõem de cinco sentidos:
paladar, audição, visão, tato e olfato. Eles são utilizados para perceber a
presença do inimigo, caçar e procurar alimento, encontrar a fêmea para o
acasalamento e se proteger, entre outras coisas. O olfato é sem dúvida o mais
importante, principalmente para cães e gatos, sendo utilizado muito mais por
eles do que pelos seres humanos. Basta observar que 3 a 4 minutos após o
nascimento, com os olhos e ouvidos ainda fechados, os filhotes conseguem,
através do faro, encontrar as tetas da mãe.
O cão, por exemplo, é mencionado como capaz de detectar mais
odores e com intensidades muito menores que os seres humanos. As células
olfativas encontram-se situadas na área sensorial denominada mucosa olfativa.
No homem esta mucosa é relativamente pequena, cerca de 5 cm², já no cão ela é
bem maior, cerca de 150 cm². Os humanos possuem 5 milhões de receptores
olfativos e o cão possui cerca de 220 milhões. Esta acuidade olfativa é
variável de acordo com a raça do animal. A raça de cães Bloodhound é
considerada a de melhor olfato seguida pelo Pastor Alemão. Já os gatos possuem
um órgão chamado vomeronasal no céu da boca que os ajuda a identificar odores.
É considerado o segundo sistema olfativo do gato. É como se sentissem o “gosto”
do cheiro.
Mas nem todos os animais sentem os cheiros da mesma maneira.
Os que possuem um sistema olfativo extremamente desenvolvido são chamados de
hipermacrosmáticos, como, por exemplo, o ornitorrinco, o gambá, o canguru e o
coala. O porco também tem um excelente olfato, embora menor que o grupo
anterior. Ele e todos os animais carnívoros e ungulados (mamíferos cujos dedos
têm cascos) são considerados macrosmáticos. O sistema olfativo dos humanos e
dos primatas é pouco desenvolvido, ou seja, nós e os macacos somos
microsmáticos. Existem também alguns animais que não possuem esse sistema, como
o golfinho e a baleia, que são anosmáticos (não sentem cheiros).
Tato
A pele é o maior e mais pesado órgão do corpo humano
(corresponde a 15% do peso corporal). A pele é também o principal órgão da
regulação da temperatura corporal, através de diversos mecanismos. Ela absorve
os óleos essenciais através da massagem, que são transportados para a corrente sanguínea.
Todos os animais respondem ao tato, às carícias. Quando a
cadela lambe os filhotes, provoca modificações químicas neles. Se o filhote é
separado de sua mãe, diminuem seus hormônios de crescimento. Para esses
filhotes, o melhor tratamento, segundo especialistas, foi com uma massagem mais
vigorosa, com um pincel, que simulava a língua da mãe.
Na aromaterapia, a ação terapêutica dos óleos essenciais se
dá num nível elevado, mais sutil que o da planta inteira ou de seu extrato,
tendo, em geral, um efeito mais pronunciado sobre a mente e as emoções. Os
animais, por terem o olfato muito desenvolvido (e o tato também), reagem muito
positiva e rapidamente ao tratamento. É considerada uma terapia complementar,
embora seja um tratamento bastante antigo, que surgiu da fitoterapia e que é comumente
usada em conjunto com esta.
Como funciona a aromaterapia nos animais?
A aromaterapia pode auxiliar nossos animaizinhos livrando-os
de pulgas e outros parasitas, embelezando os pelos, tratando feridas e
aliviando os problemas comuns.
A absorção dos óleos essenciais se dá pelo olfato e também
através da pele. Os hidrolatos e óleos essenciais são inalados pelo animal por
meio de seu sistema respiratório. As moléculas destas substâncias, por serem
voláteis, são enviadas ao cérebro como impulsos elétricos que são processados
na parte onde as memórias e as emoções são armazenadas. Devido a isso, o corpo
do animal libera substâncias químicas como: a serotonina, que tem um efeito
calmante, a noradrenalina, que estimula e rejuvenesce, e as endorfinas, que
ajudam a aliviar a dor.
Uso consciente e criterioso
Embora os óleos essenciais e hidrolatos sejam naturais, eles
devem ser utilizados com respeito, conhecimento e permissão dos animais de
estimação. É importante utilizar preferivelmente os hidrolatos (mais suaves) ou
os óleos essenciais diluídos num óleo vegetal no início do tratamento. Os
animais, por terem o olfato muito mais desenvolvido que o dos humanos (nos cães
é cerca de 20 vezes maior), respondem muito bem ao tratamento. E é exatamente
por esta razão que temos de respeitar a dosagem dos óleos essenciais em relação
à massa corporal de seu animal de estimação. Evite altas doses ou administrar
com muita freqüência os óleos essenciais. Se optar pelo método de inalação, 1
gota de óleo essencial basta. Os sprays também são feitos em concentração
menor. Pode-se ainda utilizar os óleos essenciais na água do banho ou em
compressas.
O dono deve ter paciência para observar e entender a
resposta do animal. Um grande benefício deste método terapêutico é o aumento do
vínculo de confiança entre o responsável e o animal. Isso é muito importante
quando houve alguma espécie de trauma no passado. Ao permitir que o animal
participe livremente do seu próprio processo de cura, voltamos ao momento da
autonomia do animal, que atualmente está mais acostumado a ser tudo "feito
por ele" ao invés de "feito com ele".
Formas de aplicação
A aplicação pode ser feita de vários modos, lembrando sempre
de observar as contraindicações do óleo essencial escolhido e os riscos de
irritação para a aplicação direta pele. Se necessário, dilua-o em óleo vegetal.
Nas patas, a absorção é mais rápida. Os óleos podem ser
aplicados também ao longo da coluna, massageando como se faz em humanos. Os
sprays de ambiente são uma boa pedida e podem ser aspergidos nos locais onde o
animal permanece mais tempo. Caso queira uma ação mais duradoura, pode-se optar
pelo difusor de coleira.
Precauções e contraindicações
Não use óleos essenciais perto dos olhos, nariz e nem nos
genitais do animal, se mesmo com todo cuidado o óleo essencial entrar em
contato com essas áreas, coloque algumas gotas de óleo vegetal em uma gaze
esterilizada e aplique suavemente no local (não lavar).
Manter os frascos fora do alcance de crianças e de animais,
alguns óleos essenciais são tóxicos e oferecem perigo quando usados em grande
quantidade.
Não utilize óleos essenciais via oral.
Os óleos essenciais podem ser usados em quaisquer animais:
cães, gatos, cavalos, ferretes, ratinhos brancos, coelhos, bois, cabras,
hamsteres, animais silvestres, animais selvagens etc. O que pode variar é a
diluição, em relação ao tamanho do animal, por isso é sempre importante a
consulta com o um terapeuta qualificado.
Para vaporizar ambientes, usar álcool de cereais, no caso de
vaporizar o animal, usar água destilada/filtrada ou hidrolatos, protegendo
sempre os olhos do bichinho.
Os animais, por terem o olfato muito sensível, podem
rejeitar ou não gostar do aroma de uma determinada sinergia, então a combinação
de óleos essenciais deverá ser mudada.
Terapeutas e Profissionais Habilitados: o terapeuta ou
profissional da área deve observar alguns cuidados para a recomendação dos
óleos essenciais para animais. É importante estudar as características e o
comportamento da espécie, o ambiente onde vive o animal e o temperamento
individual.
Alguns óleos são contra-indicados para uso em fêmeas prenhes
(Alecrim, Cipreste, Cedro e Cravo), o óleo essencial de Lavanda deve ser usado
em dosagens pequenas e bem diluído em óleo vegetal. Caso o animal ou sua
linhagem tenham histórico de abortos naturais recomenda-se não usar este óleo.
Quando for necessário usar óleos essenciais
fotossensibilizantes (em geral, os cítricos: Bergamota, Laranja, Limão e
Tangerina), não deixar o animal exposto ao sol por um período de até 12 horas
após a aplicação na pele ou pelo.
Alguns óleos são tóxicos quando usados em excesso (Canela,
Cravo e Tea Tree) e só devem ser recomendados por terapeuta devidamente
habilitado, que saberá indicar a posologia de acordo com o tamanho do animal e
freqüência corretas.
Deve-se evitar os óleos de Alecrim e Hortelã-pimenta em
animais epilépticos, pois podem provocar convulsões.
Alguns óleos não devem ser utilizados conjuntamente com
Homeopatia, pois podem “cortar” o efeito da mesma.
Referências:
Follain, Martha. Aromaterapia para uso em animais.
Disponível em:
http://www.greepet.vet.br/aromaterapia.php
Novelli, Silvana. Os cães e a aromaterapia. Disponível em:
http://www.itu.com.br/colunistas/artigo.asp?cod_conteudo=27000
Publicação Aromalândia. Aromaterapia em animais. Disponível
em:
http://www.aromalandia.com.br/animais.html
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